28 julho, 2011

Sabiá

Sabiá

Assim como o sabiá canta
Assim como o cheiro da planta
Assim como a estrela brilha
Assim como o fogo queima
Assim como o mar engole as ondas
Assim como o sol esquenta
Assim como a brisa corre
Assim como o som ecoa
Assim como a gaivota voa
Assim como a chuva cai do céu
Assim como o sino soa
Teu beijo tem sabor de mel
Assim como a beleza some
Assim como a paixão corrói
Meu amor por ti só aumenta
E minha alma ele destrói

02/07/2007

MiLi Szilagyi

17 julho, 2011

Meu Regador

Meu Regador*

Essa saudade me dói
Dói como um corte profundo que não se cicatrizara
Dói como o frio, dói como falta de ar
Dói como fome, como falta de ter a quem abraçar

Essa saudade me devora
Mas você acabou de partir
Queria prender-te em meus braços
E nunca te deixar ir

E eu começo a acreditar
Quando dizem que o amor trás a dor
Mas se amar é sofrer
É disso que quero morrer

Pois quem não ama, não vive
E quem não sofre, não vê
Que na vida nada é vão
Hoje o que eu quero é te ter.

Meu jardim quero entregar a você
Pois aqui dentro tem uma flor
Que cresce com teu amor
E você é meu regador

Essa saudade condena
Que meu sentimento é grande
Você é meu anjo da guarda
Porém que vive distante

Mas a distancia diminui
Ao lembrar que você esta aqui dentro
No coração e na mente
Invade o meu pensamento

Mas palavras são só palavras
Por isso evito dizer
Vou fazer você SENTIR
O que eu tenho a oferecer

MiLi Szilagyi

17/07/2011

01 abril, 2011

Sua Indiferença

Sua Indiferença*


Uma chuva de desespero
Por um instante me tomou
Ao perceber do que é capaz seu olhar
Faz-me congelar, e extasiar
Faz-me imune a qualquer distração
Faz-me acreditar em superstição
Faz-me ser menos eu, ser mais sua
Faz minha pele estremecer e ficar nua

Sua boca é como de uma serpente
Sinto o perigo, mas não revido
Ao tocá-la sinto ardente
E por um momento parece ser proibido

Todas as noites seu cheiro vem a me perturbar
Às vezes sinto que não vou me controlar
Mesmo sabendo que é inútil desejar
Eu sonho para poder te alcançar

Suas mãos a percorrer meu corpo
Sim, eu quero novamente e loucamente
Seus beijos nos meus, e meus olhos nos seus
Por um instante quero ser inconseqüente

Ele é alto, e gostoso de abraçar
Seus cabelos negros eu gosto de dedilhar
Sua barba é macia de tocar
Em seus lábios grossos é onde eu queria estar

Ele me parece imune e inalcançável
E às vezes me parece inviável
Mas não sinto vontade de parar, nem reclinar
Seu mistério me dói, mas não me destrói
E sua indiferença me rasga, mas não me convence
Só quero que saiba e que pense
Que o fim deste poema, não é o fim do suspense.

Mili Szilagyi


2011-04-02

16 março, 2011

Voar

Voar*

Talvez nem eu possa entender
O porque de prosseguir com esta vida mórbida
O porque...
Das cores e dos sonhos
Das lagrimas e deficiências
O mundo esta cheio de tudo
E ninguém tem a resposta de nada
Como eu posso voar, sem ter onde me esconder?
Como eu posso sorrir, sem ter pra quem?
O mundo esta vazio, mas esta cheio.
Cheio de falsas promessas
Cheio de ilusões e esperanças

Milene Szilagyi

11/03/2011

26 setembro, 2010

As Horas

As Horas*


Quanto mais eu fujo, mais me perco
E quanto mais olho para trás, mais fico ferido
Quanto mais penso, mais rápido eu corro
E quanto mais sinto, mais regrido


E quando os sonhos não são mais os mesmos
É quando eu quero voltar a adormecer
E quando as horas não parecem suficientes
É quando tenho a certeza do que fazer


Se não houvesse fronteiras, seria fácil demais
Se não existissem lutas, a vitória não teria sabor
Mas já não quero vencer, nem entender
Só quero evitar desespero, culpa e dor


O que me falta é a coragem de agir
É um egoísmo ríspido e insensato
Que não me deixa intervir, nem refluir
E isto não estava no contrato


MiLi Szilagyi


22/09/2010

07 setembro, 2010

Visões

Visões*

Eu me vi correndo na escuridão, com as mãos estendidas para um estranho de costas. Quando o alcancei e o virei, ele não tinha face e desabava no chão, então uma fenda se abriu abaixo de meus pés, e a terra começou a me engolir. Me vi caindo no nada e afundando num mar gelado e negro. Não havia luz, mas eu podia ver minhas mãos estendidas para cima, queria subir... mas só afundava, na dor, na escuridão, no vazio, na solidão... Fechei meus olhos e senti minhas costas tocarem o solo, quando os abri estava no meio do nada, tudo o que eu via era uma grande extensão de folhas secas no chão e o céu negro acima de mim. Mais uma vez avistei um estranho ao longe. Levantei-me e comecei a correr atrás dele, mas cada passo que eu dava me dilacerava, era como se as folhas fossem laminas que perfuravam a sola de meus pés, cada passo era longo e dolorido. Eu o via mas não o podia alcançar. Olhei para trás e vi meu rastro de sangue e ao voltar a olhar para frente esbarrei de frente com o estranho, não conseguia ficar em pé, mas ele me segurou e logo me beijou a boca. Mais uma vez não pude ver seu rosto, e antes que eu percebesse, ele me deu as costas e desapareceu entre a névoa. O vento se fez presente e as folhas secas se foram, me vi em um cemitério de ossos. Uma dor rasgava o meu peito querendo subir pela minha garganta num brado de desespero. O céu se tornou vermelho e me engoliu para cima, me senti acolhida e confortável. Eu via rosas vermelhas por um campo verde e com um alto contraste, a visão era infinita e eu comecei a caminhar em direção a uma luz que vinha do chão e iluminava tudo em volta, percebi que quanto mais perto eu chegava, a luz ia se apagando e as flores ao redor murchando... Quando enfim eu consigo alcançá-la, já não havia mais luz e as flores haviam morrido. Vi um coração humano em forma física posto ao chão. O segurei com as duas mãos, estava frio e negro, ao olhá-lo vi a vida se passando diante de mim. Vi as pessoas queridas, vi minha família, e cada rosto que foi importante pra mim, vi meu trabalho e meu dinheiro, vi meus sorrisos, minhas lamentações, vi minha ansiedade, minhas lagrimas, vi o tempo desperdiçado em sonhos, vi meus valores, vi minhas vaidades, as crenças, as incertezas, vi o perigo, a desordem, a paz distante, vi abraços verdadeiros, sorrisos falsos. Não vi um par perfeito, nem duas pessoas se tornando uma só.

Delirio Social

Delirio Social*

Eu não vou te julgar por não saber viver
Mas eu posso te ensinar a aprender
Se desprenda das tolices que te fizeram crer
Seja livre, saiba como caminhar
Sim, há forças em você para quebrar
Essas cordas que por elas te manipulam
Não se deixe enganar
Só porque parece perfeito acreditar
Que tudo é lindo ou tudo lindo ficara
No começo é assim mesmo
Você não quer questionar
Te ensinam, a cultura quer dominar
Mas você tem voz, e é livre pra pensar
Raciocine, se te ama, mal não vai lhe desejar

12/08/2010

Perfeição

Perfeição*

as pessoas falam. e fartam. e gelam. e selam. humilham. e imploram. contudo desaparecem. esquecem. e vivem. ou fingem. e na dor buscam amor. e no amor a perfeição. e na perfeição a ilusão. e na ilusão decepção. lagrimas. ombros. verdades. discordia. orgulho. sorriso. mentira. desconforto. aconchego. companhia. compreensao. perfeição. ilusão.

Milene Szilagyi
2010-07-06

06 julho, 2010

Natural

Natural*

Às vezes da vontade de sumir
As respostas não vêm à mente
A vida não me deixa encontrá-las
É como se os erros fossem permanentes
Os gritos um alívio
E os sorrisos perdas recentes
Não sei bem o que digo
Mas nem quero saber
Não sou eu que aqui escrevo
Eu não tenho esse poder
Às vezes da vontade de subir
Ir mais longe do que eu posso ver
Arriscar-se subitamente no que parece melhor
Não que eu saiba o que é
Mas eu sinto que pode melhorar
Às vezes eu não sei bem onde buscar
Palavras novas para falar
Mas eu vejo um sorriso
Ou um simples réptil numa fotografia
Parece exótico
Mas é normal aqui
A mente se acostuma com o “diferente”
E se incomoda com o “natural”
No fundo nada se difere
No fundo acaba sendo superficial

Milene Szilagyi

2010-07-06

25 junho, 2010

Solidão do Mar

Solidão do Mar*

Eu caminho por esta praia solitária
Olhando pra trás e vendo meus passos se apagarem
É como se o vento quisesse me dizer algo
Eu olho para o céu e imagino a imensidão do azul
Eu sinto a brisa me tocar e não tem como negar
Cada detalhe me lembra o nosso amor
É como se eu não soubesse dizer
O porque de tudo isso
Mas eu sei que não precisa haver sentido para amar
Afinal chega a ser contraditório
Eu sei que é precioso demais
Cada segundo vivido a seu lado
Passou ou ao menos deveria
Pois na minha mente nada mais habita
Se não o seu sorriso e seus braços abertos para me abraçar
É como se eu tivesse me perdido sem você aqui do lado
Parece tudo tão distante
E eu posso ver você correr
Vindo em minha direção
Mas parece nunca chegar
Estou alucinando, já enlouqueci com esse amor
E às vezes eu quero que aja uma resposta
E às vezes eu não quero que tenha sentido
Eu sinto o seu perfume e as recordações me rasgam os olhos
Cada lagrima é um peso
Cada sorriso é de inconformismo
Porque até ontem “eu” era “nós”
Vão dizer que estou indo longe demais
Mas o mar me chama para o fundo
E tudo o que eu penso é mergulhar
A profundidade não pode ser maior que essa solidão
Quem sabe eu possa te encontrar
É como se eu soubesse tudo o que irei encontrar
La no fundo eu quero te olhar
Por isso eu quero afundar
Ter seu beijo quente novamente
E seu sorriso que me desmorona
Eu amo esses pensamentos
E beijo essas águas salgadas agora
Imaginando um momento melhor
Em breve suas mãos nas minhas
E adeus solidão.

Milene Szilagyi

2010-06-25

24 junho, 2010

Olhe Para Trás

Olhe Para Trás*

Se tudo que dissemos for verdade
Já não haveria motivos pra esperança existir
Mas eu não penso em outras coisas
Se não estar em seus braços novamente
E no fundo eu sei que você também pensa em mim
Depois de tantos momentos
Não me deixe simplesmente partir
Eu preciso de um abraço quente
Eu não sei mais que rumo seguir
Eu não sei mais pra quem devo sorrir
Tudo seria mais fácil
Se as mentes se abrissem
Se encararmos de frente os problemas
E nos importássemos mais
Eu não vou deixar que futilidades nos atinjam
Eu não posso simplesmente dar as costas
Eu não quero mais errar
Nós precisamos seguir juntos
Vamos até o final
Só olhe pra trás uma vez
E veja em meus olhos o que você quer acreditar
Eu consigo sentir daqui
O seu calor e suas lagrimas frias
E nisso eu me baseio pra afirmar
Nossos passos têm que seguir a mesma estrada
Então olhe para trás só dessa vez
E me leve com você.

Milene Szilagyi

2010-06-24

Faça Valer

Faça Valer*

Há dores que sao desnecessarias
Há tedios que vem sem perceber
Quando vc volta no tempo e tenta refazer na mente
Algo bom ou nao, lembrar ou nao...
Só quero dessa vez poder nao sofrer
Poder nao te ver distante
Quero poder nao te entristecer
Nao te ver assim tao longe
Pensando em mim...
Nao pense em mim
Diga que nao viu nada
Ou que nao sabe sobre mim
Nem quer saber...
Nao corra atras de mim
Nao me faça te prender

Só nao podemos voltar atras
Só nao podemos pensar demais
E querer se arriscar
E querer conquistar mais

E consequencias vem...
Demorem ou nao
Sejam boas ou nao
Só que faça valher...
Faça acontecer.

Milene Szilagyi

08/06/2008

Quando as Coisas Mudam

Quando as Coisas Mudam*


Nao sei o que anda se passando pela sua cabeça.

Coisas simples tem se tornado furacoes.

Sinto dizer que as vezes isso parece uma fuga.

Uma desculpa para estar longe de mim.

Tantas falhas dele que eu finjo nao enxergar.

Porque sei que sou capaz de suportar.

Pra que dores que podem ser esquecidas.

Pra que feridas que podem se fechar.

Quando o conheci era mais forte que eu.

Hoje sinto que sou mais forte que ele.

Eu nao consigo olhar pra frente e me imaginar sozinha.

Nem olhar pra tras e nao o ver.

Porque os meus passos seguem sua sombra.

Mas agora voce prefere se afastar a sofrer.

Quem eu vou amar daqui pra frente?

Se voce nao estiver comigo?

Em quem eu vou pensar o dia todo?

Pra quem vou enviar mensagens lindas de amor?

Com quem me sentirei protegida?

Ele é meu anjo e eu nao posso desistir.

Minhas lagrimas escorrem nesse momento

Porque eu nao consigo pensar em um fim.

Eu lutei pra nada?

Toda fé e confiança que ele plantou em meu coraçao.

Floriu pra morrer agora?

Nao quero que nossos momentos sejam jogados ao vento.

Como se nao tivessem sido vivenciados.

Eu quero evoluir, quero seguir até o fim.

O que esta o desanimando nao sou eu.

Tem algo errado, e nao sou eu.

Hoje sou muito melhor do que antes.

E como é que ele pode dizer tudo que diz?

Creio que o seu sentimento tenha mudado.

Pois seus argumentos nao batem com o sentimento que diz ter por mim.

Vale a pena sofrer pra ser feliz.

Ele me ensinou isso.

E espero que nao desista de nós.


Milene Szilagyi


02/09/2010

Ruas Estreitas

Ruas Estreitas*

Entre tantos desastres e confusoes as interpretações são como labirintos que arranham o coração.
Nas esquinas nao ha sequer um poste para que voce se apoie, no fundo é cada um por si e os erros por todos.
As ruas sao estreitas e as paredes parecem te arranhar, mas ha quem ja nao tenha sangue para sangrar.
As ruas sao estreitas mas um dia sozinho voce encontra um campo aberto e vera que era melhor viver na dor acompanhado.

Milene Szilagyi

23/06/2009

Sangrando

Sangrando*

Estou sangrando por dentro
sangrar faz a vida ser mais clara
Faz olharmos pra dentro
E vermos o quanto somos imperfeitos
Para so outros e para nós mesmos
E faz parecer que nao nos esforçamos
Para ser alguem melhor
Ou fazer algo mais util
Porque na verdade ninguem nos aceita
E ninguem nunca entende ninguem
Pois sempre ficam as duvidas
E cada um tem seus segredos
Cada um tem seu ego
E suas dadivas
Cada um tem seu "eu solidario"
Mas nao se esquecendo de si

Milene Szilagyi

26/02/2009

02 setembro, 2009

Entendimento

*Entendimento

Cada um diz o que pensa
O que sente
O que quer
O que tem medo
Muitas vezes sai de dentro
Em momentos inoportunos
Nem sempre é preciso saber
Nem sempre é preciso dizer
Há tantas coisas que nao precisam ser ditas
E tantas dores que podem ser evitadas
Tantas palavras mal ditas
Acaba acabando com a alma
Tantos amores e dores
Tantas idas, tantas vindas
Tantos carinhos com cores
Que muitas vezes nao vemos
Tantos muitos, tantos poucos
Que tanto e quanto esquecemos
Vezes falamos de mais
Vezes falamos de menos
Vezes melhor nao falar
O que esta escrito por dentro
A mesma frase pra todos
Pra cada um, um entendimento
A mesma palavra pra todos
Para alguns felicidade
Para outros um tormento
Tantas estradas vazias
Tantos corações sozinhos
Tantos gritos em silencio
Tantas mentes tao vazias
A mesma frase pra todos
Pra cada um, um entendimento

Milene Szilagyi

22-07-08

30 março, 2009

Kamili

Kamili*

Não quero me esconder atrás desse sentimento
Eu quero te falar e saber demonstrar
Tudo o que estou sentindo
Não quero me enganar, não quero me frustrar
Dizendo que não te quero
Um dia eu vou provar, você vai acreditar
Que esse amor será eterno
Eu já não quero que nós dois olhemos para o passado
Daqui pra frente é nós, e é com essa voz
Que eu afirmo o que eu sinto aqui
Se eu dia eu puder voltar atrás pra mudar o meu passado
Faria tudo igual, passando o bem e o mal
Que passei pra que estivesse aqui
Sofria o que sofri. Sorria o que sorri
Pra poder ter a certeza
De que estaria aqui, num momento tão exato
Vivia o que vivi, passava o que passei
Pra que fosse inevitável
Se um dia fosse pra escolher o que tivesse que viver
Um dia com você
Ou uma eternidade sem te conhecer
Não precisa pensar
Não da pra cogitar
Escolher a vida eterna
Pois aqui sem você
É como não viver
A vida não me bastaria
Quero sempre aprender
Estando com você
Quero sempre saber
Fazer você sorrir
E não te ver partir, e a não regredir
Pois graças a você é que estou aqui
Sabendo ser feliz, aprendendo a sorrir
Por fora e por dentro também
"Confesso que eu andei perdida
Reduzida a pó, sem chão pra cair
Das flores que eu olhei
Você é a mais perfeita que eu já vi."

11/2008


Mili Szilagyi

21 outubro, 2008

Terminê

Terminê*


Essa dor de me sentir como uma marionete em tuas mãos
Me faz ser menos eu
Me faz sentir o que eu não sei compreender
Tudo parece sólido
Ao mesmo tempo que a perda me amedronta
O medo é este...
A perda.
Tudo como em um filme
Em câmera lenta
Eu vejo os teus pés, vejo tuas mãos nas minhas
Eu vejo os teus olhos penetrarem minha alma
E vejo o sol nos queimando
Estamos agindo certo?
O que é certo?
A minha alma, a sua presença
Parece se fundirem
Eu não posso me enganar
Eu preciso de um pouco mais de ar e de sangue nas veias
Os teus olhos nos meus
Penetram no meu intimo
Eu quero viver com o seu ar
Respirar o teu perfume e sentir as tuas veias pulsarem
Eu quero ser você e eu num corpo só
Esse ar que me sufoca ao invés de me fazer respirar
Essa dor que me consome
Ao invés de me deixar
Eu quero viver como num filme
Em câmera lenta...
Pois eu posso te ter mais, e posso contemplar tudo
Sem deixar nada passar
Tudo me parece estar tão perto
Tudo me parece nunca terminar
E a única coisa que eu quero
É que isso nunca terminê.


Milene Szilagyi


19/10/2008

17 setembro, 2008

Meu Eu Sagrado

Meu Eu Sagrado*

Sou assim, sou assim

Como uma nuvem passageira

Impaciente por sumir no céu

Livrar-se dos olhares

Que condenam todo tempo

Trazendo a melancolia aqui dentro

Assim tão fria, assim tão mórbida

Assim tão sem emoções

Eu não sei, eu não sei

Preciso de um tempo pra viver

Sem perceber as pedras que me vem

Para eu tropeçar

Ou passar por cima sem notar

Eu quero uma visão que vai alem

Não quero chorar, não quero lucrar

E nem quero que padeça em mim

Todo aquele sentimento que se foi

Não quero os rastros

Nem ver passos

Que já não fazem parte

Não quero ver o céu se fechar

Não vou me prender

Preciso viver

Preciso olhar pra cima

E saber voltar a mim

Eu quero ficar

Não vou chorar mais

Nem me vingar

Vou voltar, vou voltar

E procurar em mim o que eu não sei

Explicar, me expressar

A solução que ainda não achei

Mas vou seguir

Entrar dentro de mim

E me conhecer.

Milene Szilagyi

17/09/2008

10 maio, 2008

Dama Negra

Dama Negra*

Ela é fria e amarga
Silenciosa e mansa
Ela passa e as flores murcham
Ela aspira e o ar chora
Seu ar é misterioso
Seu humor sarcástico
Ela é falsa, é traiçoeira
Ela é viúva negra
Imprevisível
Solitária
Olhar obscuro
Toque pesado
Voz que atrai trovões
Boca de veludo negro
Palavras falsas e mórbidas
Ela parte corações
Destrói sentimentos
Egoísta e insatisfeita
Sede de ódio constante
Desejo insaciável de ver lágrimas
Ela é terror
Ela é medo
Sombra, nuvem, chuva
Desespero

Milene Szilagyi

2008

22 abril, 2008

Sem Porque

Sem Porque*


Eu te amo tanto
Que eu nem queria amar
Porque com esse amor
Vem a saudade
Vem a dor te esperar
E vem a ansiedade
De ter você ao lado
Pra sorrir ou pra chorar


Eu te amo tanto
Que eu queria até negar
Que com esse amor
Vem as lágrimas
Que me fazem te esperar
Que faz-me lhe contemplar
Implorar ao tempo um instante
Para contigo sonhar


Eu te amo tanto
Que eu nem queria saber
Se é amor... ou se é querer
Porque amor não se pede
Não se escolhe, não se julga
Não se impede...
E contra ele não se luta


Eu te amo tanto
Que eu queria esquecer
Que pra viver sem você
Teria que me apagar
Teria que renascer
Porque nem enquanto durmo
Eu me esqueço de você
Porque se eu vivo hoje
É pra querer te querer


Eu te amo tanto
Que até me nego a negar
Que com toda essa saudade
Vem também felicidade
De que eu posso te encontrar

E com a ansiedade
Vem toda convicção
De saber que nada é vão 

E poder te abraçar
É como poder voar...
É sonho


Eu te amo tanto
Que eu nem queria dizer
Porque é tanto quanto falo
Tanto quanto penso
Tanto quanto canto
Que eu te amo sem cessar
E é muito...
Tão muito em si mesmo
Que as vezes não sei se irei agüentar


Eu te amo tanto
Que eu nem queria amar
Porque no fundo se sabe
Que amor não tem muito ou pouco
Nem menos ou mais
Nem tanto, nem quanto
Não tem limite e nem medida
Não tem hora
Não tem tempo


O que me faz te amar tanto
Muito, mais e maior
É saber que esse “que” é indescritível
E é saber que eu só te amo
Porque sem porque é melhor


Milene Szilagyi
2008-04-21

Quando meus olhos se fecharam

Quando meus olhos se fecharam*


Vejo uma luz cegar-me a alma
Volumosa e carregada
Faz-me prostrar diante de ti
Tamanha é a força que me conduz
É o fogo...
Que com traços incertos
Devora o céu e os rios
Não existe sol
Não há luar nem brisa no ar
Não há arvores ou cachoeiras
Vejo nuvens negras me cercarem
E a neblina mórbida conduzir-me
Vejo as chamas adiante
Montanhas que escorrem lavas
Sinto o fogo arrancando-me a pele
Sinto a lava corroer os pés
O céu negro parece estar a um palmo acima de mim
Não há vida, não há luz
Não há doces ou remédios
Meu coração chora
Faz frio agora
O vento muda-me os passos
Vejo um infinito deserto gelado
Meus lábios tremem
O vento fortemente sopra
Cegando-me os olhos
Sinto a neve cobrir-me de desespero
O frio rasga-me a carne
Destruindo os ossos
Sinto congelar os pulmões
O ar frio sufoca-me a respiração
Não há coração batendo
Não há sentimento
E meus olhos não voltam a abrir

Milene Szilagyi

2008-02

Rios de Dores

Rios de Dores*

A luz lá atrás

As trevas aos meus pés

Tudo se calou

E eu pude ouvir

A voz da noite

Mansa e nua

E eu pude caminhar

Por entre os rios de dores

Sentir as espinhas rasgar-me

Tudo tão só e tão devastador

Não há rastros de misericórdia

Milene Szilagyi

2008-02-17

11 fevereiro, 2008

Toma-me

Toma-me*

Toma-me a mim como vinho na taça
Indagando-me o perfume
Degustando-me o suor
Roçando-me os lábios em fervor
As mãos em chamas tocar-me
Aquecendo-me em prazer
Ofuscando a razão
Fazendo-me enlouquecer
Despindo-me contra o vento
Da noite clárida pávida
Calando-me a boca e a alma
Ofegante hei de tremer
Nossos corpos ante a lua
Entrelaçam-se vorazes
Voluptuosos
Gemendo em meio a luxuria
Que se perde em insensatez
Revela-se a mim
Misterioso e fugaz
Indesvendável, indispensável
Neutro... como a noite,
A escuridão e a solidão
Que congela interiormente
Porém quanto mais me atrais
Tanto mais me invade
Aquecendo-me o peito
Arrancando-me suspiros
Que aparentemente ocultos
Se põe como um brado de dor
Que a alma prende
Perplexando-me, limitando-me a gritar
Render-me-ei ao inexorável e implacável desejo de te roubar
Pois a quem vou enganar?
Se meus lábios clamam os teus
E na sombra de teus braços
Anseio que prenda-me sem hesitar
Mas como vinho na taça
Que se prova lentamente
A mim deveras tomar.

Milene Szilagyi

2008-02-05

20 dezembro, 2007

Mais Além

Mais Além*

Por você eu vou mais além...

Mais além do que a vida me permitiria
Mas além do que os meus olhos podem ver
Mais além do que brigas e entrigas
Mais além do que os normais conseguem ter

Sem você tudo o mais se perderia
Nada no mundo me satisfaria
Tudo se faria incerto
A vida não me bastaria
Como perder os sentidos
A um poço escuro eu me entregaria

Por você eu vou além do que se vê
Além do insensato e simples ato de se prender
Além do finito
Além do possivel
Além de tudo o que me afastaria de você

Como perder as razões, os motivos e emoções
Sem você eu sou só pó
Só entro em contradições
Sem
você não me convém
Querer ou poder respirar
Mas por você eu vou além
Até do que eu posso sonhar

Milene Szilagyi

2007-12-19

29 outubro, 2007

Com Você

Com Você*


Eu ouço a chuva cair

E me vem uma tristeza

Como se eu não tivesse você

E sim... eu tenho medo

Medo de te perder

Quando esta tudo tão bem

Agente fica meio inseguro

E tentando fazer tudo certo

Tentando impressionar... e cativar

Tentando ser a pessoa perfeita

Só pra ouvir que você nunca me deixara

A chuva me deixa triste...

Mas não se estou com você

Pois ao seu lado tudo desaparece

Tudo que é ruim fica bom

Tudo o que é bom fica ótimo

A noite me cala...

Ela me congela por dentro

Mas não se estou com você

Pois com o seu sorriso você me faz sorrir

Com o seu amor você me faz viver

Meu coração eu confiei a você

Pois ao seu lado eu tenho

Tudo o que eu queria ter

Eu te amo por destino

Eu te amo por prazer

Eu te amo por não ter pra onde correr

Eu te amo a vida inteira

Hoje e sempre sem porque.


Milene Szilagyi


2007-10-21

11 setembro, 2007

Ela

Ela*

Ela é o essencial, ela é o meu ideal
Importância especial
Ela é do bem, é do mal
Ela é persistente, ela é tal
Incomparável, insaciável
Ela é fenomenal
Incrivelmente incrível
Inacreditavelmente admirável
Loucamente amável
Ela é bela, ela é ela
Ela não é pouco, é mais que muito
Ela é fada, ela é tudo
Jóia rara, não é qualquer
Ela é menina, ela é mulher
Ela não da pra esquecer
Pois ela é pé no chão
Ela faz acontecer
Ela é exceção, é relíquia em extinção
Exageradamente estonteante
É ladra de coração
Cativante, exuberante
Ela é única, é razão
Ela é musica, é refrão
Inesquecível, inatingível
Ela é pura emoção
Ela é amor, é paixão
Ela é a flor mais linda
A estrela que mais brilha
Ela é linda, é contramão
Não é fora de questão, fora de cogitação
Ela é única opção
Ela é divina, ela é anjo
É querubim, é arcanjo
Ela é só o que eu preciso
Ela é tudo o que eu desejo
Ela é meu paraíso
E dela são os meus beijos
Ela é a quem eu chamo
Pois ela é isso, ela é sonho
Ela é simplesmente o tudo
Da mulher que hoje eu amo

Milene Szilagyi

2007-09-02

31 agosto, 2007

Morte Doce

Morte Doce*

Eu sou o poeta imperfeito
Que hora se abre pra um mundo suspeito
E hora se esconde por de trás de sentimentos
Sou a doçura que amarga
O sol que se apaga
O céu que se alcança
E o finito interminável
Sentimentos como borboletas
Duram 24 horas

21 gramas para mim ainda é pouco
E uma hora para mim passa em um minuto...

[]

Talvez eu pudesse acordar
Mas sinto que meus olhos não abrem mais
E o tempo parou
E o vento já não corre
Busco respostas que sei que não virão
E ainda espero por quem nunca chegara
Talvez só me falte buscar
Uma nova razão pra sonhar
Quando um sorriso é um fardo
E um abraço é um pecado
Nada muda e tudo para
Nem a ilusão de um oásis me conforta
Nem o brilho de um olhar...
Vingança doce é ilusão...

[]

Eu só queria fugir
Ir para um lugar onde ninguém soubesse
O que é ódio, injustiça
Onde ninguém soubesse o que é cor
Estresse e solidão
Um lugar onde a morte fosse doce
E a dor um prazer
As lagrimas um sorriso
E a solidão extinção

Milene Szilagyi

2006

27 agosto, 2007

Dias

Dias*

Há dias... que se quer sorrir
Há dias que... se quer chorar
Há aqueles em que se quer viver
Outros que se quer morrer
Há dias de angustia
De incertezas
Dias de paz
Dias de desconforto
Há dias alegres
Dias de solidão
Dias bons
Dias maus
Há dias em que se quer não querer
Há dias em que o querer não se quer
Há dias em que amanhã não se pensa
Há amanhãs em que o ontem não existiu
Dias em que se chora
Dias em que se ri
Dias de ontem e agora
São dias que penso em ti.

Milene Szilagyi

2007-08-26

21 agosto, 2007

Pisa no Freio Zé

Pisa no freio *

... porque você é preconceituoso?
Deus nos fez diferente... mas somos iguais pra Ele.
... porque as pessoas não respeitam umas as outras?
sabe... nós temos o direito de escolha...
... pisa no freio.
... você já viu aquelas crianças que morrem de fome no fim do mundo?
já viu como as lágrimas secas secam em seus rostos?
elas não têm opções ...
e elas morrerão de fome amanhã...
... você já viu aquelas mulheres que matam seus filhos antes de nascerem?
sabe ... aqueles fetos também não têm muita opção não é?
mas... você sabia que eles lutam pela sua vida mesmo assim?
Pisa no freio .
... você esta quase morrendo...
esta falido... esta triste... esta com saudades... sente dores... e pessoas que você ama morrem...
mas você pode lutar pela sua vida não pode ?
Como assim não vale a pena?
O mundo é cruel?
Então pisa no freio .
porque você troca o necessário pelo supérfluo?
eu sei ...
Você tem uma sanguessuga... e ela tem duas filhas... dá e dá...
Quanto mais você tem... mais você quer .
você é uma marionete...
do governo ou da sociedade?
tanto faz !!!
Não é isso que você sempre diz???
Tanto faz...
Tudo vai acabar bem!
Quanta ironia heim .
Pisa no freio agora.
A violência?
Haaa faz parte ...
É legitima defesa!
Claro... defesa da própria violência ora.
Pisa no freio sim .
porque as prisões estão cheias?
porque você esta preso ?
Roubou? Matou? Destruiu?
Mas o que você ganhou ?
Vingança doce é ilusão...
... você sempre perde a noção não é?
você não mede seus atos.
Pisa ... pisa.
E agora ?
você esta morrendo...
fez algo bom na vida?
fez alguém feliz?
deu sorrisos sinceros? abraços acolhedores?
Será que deu ?
... você não estudou... você não batalhou... você não correu atrás... você dormiu até tarde e brincou o dia todo... e nada deu certo não é?
... você lutou a vida toda... você correu atrás dos sonhos... você fez acontecer! você chorou... sofreu... guerreou! e mesmo assim se frustrou...
Porque será né ... eu também não entendo.
Quando você pensa que vai dar certo... tudo desmorona na sua cabeça .
Mas é preciso acreditar um pouco ...
que algo pode mudar...
que uma idéia pode dar certo...
é preciso acreditar .
Pisa no freio.
E a desigualdade social?
Porque? Porque ?
Você não sabe coordenar?
não sabe administrar?
é difícil não é ?
Você acha isso pouco?
não é tão injusto assim?
Cala a boca Mané.
Pra que tanta ignorância?
Pra que tanta arrogância ?
Pra que tanto mau-humor?
Porque você não sorri de verdade ?
por dentro... e por fora.
Há tantos morrendo de frio...
e você chora por não ter roupa nova...
Pisa no freio.
Você não se satisfaz...
Você não corre atrás.
Você não insiste ...
você não persiste...
você desiste.
Estão todos estressados...
e porque ?
porque nada parece dar certo talvez...
ou porque alguém partiu...
ou porque alguém te desobedeceu...
Porque não admite os erros ?
Caia e se levante!
Assimile os golpes!
Qual é o conceito ? Qual é o conceito?!
Porque és tão infeliz seu ?
Você finge sorrir...
às vezes finge chorar...
finge sentir...
finge se abalar...
finge que viu...
ou que não vê.
finge estar bem...
Pisa no freio .
O chora.
Nada vai bem...
É... o mundo é cruel eu sei...
Você é cruel ... eu sou cruel... eu sou .
... o mundo esta acabando
pisa no freio.

Milene Szilagyi

2007-08-21

A Mente Mente

A Mente Mente*


Eu não sei dizer

Se o momento é oportuno ou não

Não sei dizer

Se é uma escolha... ou não

Nem se é minha vontade ou não

Mas sei que existe um bloqueio

Que não me deixa dizer

O que o meu coração sente

Existe algo que não me deixa expressar

Que me confunde

Que me tortura

Que me prende...

Me torna escrava interiormente

Me venda

Me amarra

Me cega

Me toma

Me algema

Quase impede que eu te ama

Mas o amor não tem hora

Não vai embora

O amor não tem preço

Não tem jeito

Não tem meio... não tem fim...

Não é quase

Não é pouco

Não é muito

É simplesmente... amor

Ainda que eu não saiba dizer

Ainda que meu coração se feche

Ainda que as palavras fujam

E a mente minta...

Os meus valores...

Eles não mudam

Não se disfarçam

Ainda que eu me oprima

Ainda que eu me isole

Ainda que minta, que finja

Que chore

Meu sorriso esta aqui...

Meu coração dói

Ele chora...

Ele inveja

Ele sangra

Oprimido e insatisfeito

Ele se esconde

Ele chuta sentimentos

Ignora-os

Ou ao menos tenta

Ele tenta... não consegue

Ele quer... não pode

Ele sente... não confessa

Ele sofre... mas não morre.

Milene Szilagyi

2007-08-07

20 julho, 2007

Coração Camuflado

Coração Camuflado*


Apenas não exponho meus medos

Apenas escondo anseios

Limito sentimentos

Privo palavras

Exposição ao mínimo

Coração dilacerado

Escondido, camuflado

Coberto de sangue pisado

Jogado no canto... largado

Lagrimas secas

Sorriso forçado

Olhar... mudo.

Alma... cansada.

Mente... confusa.

Coração... exposto ao nada.

Perdas antigas

Lembranças recentes

Expressões... vazias.

Esforço falido

Juízo perdido

Coração fechado

Escondido, camuflado

O meu amor é mórbido

A minha luz ofuscada

Coração alienado

Já não enxerga mais nada

Desvalia valorosa

Ser a mulher virtuosa

Suspiro cansado da alma

Desejo latejado

Orgulho difamado

Sentimento melindrado

Coração... malfadado, camuflado

Índole denoscabada...

Sepulcro caiado...

O doce amargo

A cor do pecado

Injuria, luxuria, paixão proeminente

Sentimento machucado

Coração mal-dado

Acaba por ser camuflado.

*Milene Szilagyi*


2007-07-19

08 abril, 2007

Arquitetando Sonhos

Arquitetando Sonhos*

Produzo minhas idéias
Viajo ao pensar
Andando na rua
Deitado no mar
Na linha do horizonte
Eu ouso avistar
O cair do luar
O perfume no ar
Arquiteto o sonhar
Limitando falar
Faço tudo perfeito
Alegrias e sorrisos
Valores bons e dramáticos
Exageros e ilusões
Lagrimas, falsas promessas
Personagens platônicos
Características improváveis
Arquiteto o andar, as roupas, o olhar...
O saber, compreender, explicar
Sujeitos a arriscar
Ter medo, mas não chorar
Arquiteto os sentimentos
Reais ou não, tanto faz
Idealizo lugares momentos, musicas
Tempo; vento, chuva, sol, flores
Desejos ocultos libertam-se
Para mim mesma
Por si só em pensamentos
Sentimentos não sentidos
Argumentos algemados
Silencio escuto
Arquitetando sonhos.

Milene Szilagyi*

26/03/2007

Detalhe

Detalhe*

Eu quero caminhar nos teus passos
Respirar teu perfume
E sentir teu abraço
E matar o costume
De dizer todo dia
“oi, como vai você?”
E sempre me diz que esta tudo bem
E eu digo “eu também”
Mas nas noites mais frias
Me sinto sozinha
Apesar de gostar do inverno...
Eu preciso de um beijo
Saciar meu desejo
De estar ao seu lado...
Nas noites mais frias
Na sala vazia
Nos dias de estrelas
E dias de neblina
Ver o sol se por
Ver o sol nascer
Sentar numa praia, ouvir o mar dizer
O dia esta lindo
Você é meu abrigo
Te quero ao meu lado até o amanhecer
Eu preciso lhe dizer
Que você que é meu prazer
E te conhecer ressuscitou minhas esperanças
Deu vida ao meu coração
Cheio de decepção e de falsa ilusão
Mas uma nova canção
Expressa minha emoção
Como eu gosto das estrelas
E você é a que mais brilha
Como uma cachoeira
Leva embora a tristeza
Toda angustia, toda dor
Só enxergo sua beleza
Teu sorriso encantador
Os teus toques de amor
Teu sorriso que me acalma
Seu ar quente junto ao meu
E me faz respirar pequenas coisas
Mas que mudam meu caminho
E me levam pra perto de você
Me arrancando um sorriso
E me fazendo dizer:
Só preciso de você
E dos detalhes que fazem minh’alma sorrir...

***Mili Szilagyi***

19/03/2007

15 março, 2007

Misterioso Anoitecer

Misterioso Anoitecer*

Sou só mais um pássaro
Andando por entre ruas geladas
Sem neve, mas com tanta neblina
Que chega cegar-me a alma
Ao respirar estas noites tão frias
Sinto-me incapaz de sorrir sozinha...
E o vento... é tão melancólico e vazio
Tão solitário e mórbido
E nos faz recordar lagrimas
E... espaços de tempos mínimos
Em que... choramos e rimos
A noite... seu mistério indisvendavel
Indispensável... neutro...
Transmite paz...e... solidão
A noite me liberta
O vento frio, renova a minha alma sem vida
E ao mesmo tempo, repleta de palavras
Que embora presas, saltam de minha mente
Mesmo sem a pronuncia correta
O vento vive a me corrigir
E diz que é preciso respirar
Por mais que se cansem os pulmões
O mistério da noite
Me cala, e me gela interiormente
Arrancando-me verdades e suspiros
Segredos e... poesias
Porem, são apenas palavras sinceras
Descarregando uma mente exausta
De decepções e falsas dramaturgias
Onde... só o vento com seu enigmático silencio
É capaz de desvendar e recordar
Valores bons e... ‘supérfluos necessários’
A solidão da noite
Faz a minha alma chorar
Faz meu coração bater
Faz o dia ser mais claro
A noite mais fria
Faz eu não ter que dizer
Mesmas coisas todo o dia
E ver graça nas folhas que caem
Na água que espelha o céu negro
No prazer que é... sentir, e não ver
Sentir... vai alem...


=Milene Szilagyi=

03/03/2007