MiLi Poesia
28 julho, 2011
Sabiá
17 julho, 2011
Meu Regador
01 abril, 2011
Sua Indiferença
2011-04-02
16 março, 2011
Voar
26 setembro, 2010
As Horas
Quanto mais eu fujo, mais me perco
E quanto mais olho para trás, mais fico ferido
Quanto mais penso, mais rápido eu corro
E quanto mais sinto, mais regrido
E quando os sonhos não são mais os mesmos
É quando eu quero voltar a adormecer
E quando as horas não parecem suficientes
É quando tenho a certeza do que fazer
Se não houvesse fronteiras, seria fácil demais
Se não existissem lutas, a vitória não teria sabor
Mas já não quero vencer, nem entender
Só quero evitar desespero, culpa e dor
O que me falta é a coragem de agir
É um egoísmo ríspido e insensato
Que não me deixa intervir, nem refluir
E isto não estava no contrato
MiLi Szilagyi
22/09/2010
07 setembro, 2010
Visões
Eu me vi correndo na escuridão, com as mãos estendidas para um estranho de costas. Quando o alcancei e o virei, ele não tinha face e desabava no chão, então uma fenda se abriu abaixo de meus pés, e a terra começou a me engolir. Me vi caindo no nada e afundando num mar gelado e negro. Não havia luz, mas eu podia ver minhas mãos estendidas para cima, queria subir... mas só afundava, na dor, na escuridão, no vazio, na solidão... Fechei meus olhos e senti minhas costas tocarem o solo, quando os abri estava no meio do nada, tudo o que eu via era uma grande extensão de folhas secas no chão e o céu negro acima de mim. Mais uma vez avistei um estranho ao longe. Levantei-me e comecei a correr atrás dele, mas cada passo que eu dava me dilacerava, era como se as folhas fossem laminas que perfuravam a sola de meus pés, cada passo era longo e dolorido. Eu o via mas não o podia alcançar. Olhei para trás e vi meu rastro de sangue e ao voltar a olhar para frente esbarrei de frente com o estranho, não conseguia ficar em pé, mas ele me segurou e logo me beijou a boca. Mais uma vez não pude ver seu rosto, e antes que eu percebesse, ele me deu as costas e desapareceu entre a névoa. O vento se fez presente e as folhas secas se foram, me vi em um cemitério de ossos. Uma dor rasgava o meu peito querendo subir pela minha garganta num brado de desespero. O céu se tornou vermelho e me engoliu para cima, me senti acolhida e confortável. Eu via rosas vermelhas por um campo verde e com um alto contraste, a visão era infinita e eu comecei a caminhar em direção a uma luz que vinha do chão e iluminava tudo em volta, percebi que quanto mais perto eu chegava, a luz ia se apagando e as flores ao redor murchando... Quando enfim eu consigo alcançá-la, já não havia mais luz e as flores haviam morrido. Vi um coração humano em forma física posto ao chão. O segurei com as duas mãos, estava frio e negro, ao olhá-lo vi a vida se passando diante de mim. Vi as pessoas queridas, vi minha família, e cada rosto que foi importante pra mim, vi meu trabalho e meu dinheiro, vi meus sorrisos, minhas lamentações, vi minha ansiedade, minhas lagrimas, vi o tempo desperdiçado em sonhos, vi meus valores, vi minhas vaidades, as crenças, as incertezas, vi o perigo, a desordem, a paz distante, vi abraços verdadeiros, sorrisos falsos. Não vi um par perfeito, nem duas pessoas se tornando uma só.
Delirio Social
Eu não vou te julgar por não saber viver
Mas eu posso te ensinar a aprender
Se desprenda das tolices que te fizeram crer
Seja livre, saiba como caminhar
Sim, há forças em você para quebrar
Essas cordas que por elas te manipulam
Não se deixe enganar
Só porque parece perfeito acreditar
Que tudo é lindo ou tudo lindo ficara
No começo é assim mesmo
Você não quer questionar
Te ensinam, a cultura quer dominar
Mas você tem voz, e é livre pra pensar
Raciocine, se te ama, mal não vai lhe desejar
12/08/2010
Perfeição
as pessoas falam. e fartam. e gelam. e selam. humilham. e imploram. contudo desaparecem. esquecem. e vivem. ou fingem. e na dor buscam amor. e no amor a perfeição. e na perfeição a ilusão. e na ilusão decepção. lagrimas. ombros. verdades. discordia. orgulho. sorriso. mentira. desconforto. aconchego. companhia. compreensao. perfeição. ilusão.
Milene Szilagyi
2010-07-06
06 julho, 2010
Natural
Às vezes da vontade de sumir
As respostas não vêm à mente
A vida não me deixa encontrá-las
É como se os erros fossem permanentes
Os gritos um alívio
E os sorrisos perdas recentes
Não sei bem o que digo
Mas nem quero saber
Não sou eu que aqui escrevo
Eu não tenho esse poder
Às vezes da vontade de subir
Ir mais longe do que eu posso ver
Arriscar-se subitamente no que parece melhor
Não que eu saiba o que é
Mas eu sinto que pode melhorar
Às vezes eu não sei bem onde buscar
Palavras novas para falar
Mas eu vejo um sorriso
Ou um simples réptil numa fotografia
Parece exótico
Mas é normal aqui
A mente se acostuma com o “diferente”
E se incomoda com o “natural”
No fundo nada se difere
No fundo acaba sendo superficial
Milene Szilagyi
2010-07-06
25 junho, 2010
Solidão do Mar
Eu caminho por esta praia solitária
Olhando pra trás e vendo meus passos se apagarem
É como se o vento quisesse me dizer algo
Eu olho para o céu e imagino a imensidão do azul
Eu sinto a brisa me tocar e não tem como negar
Cada detalhe me lembra o nosso amor
É como se eu não soubesse dizer
O porque de tudo isso
Mas eu sei que não precisa haver sentido para amar
Afinal chega a ser contraditório
Eu sei que é precioso demais
Cada segundo vivido a seu lado
Passou ou ao menos deveria
Pois na minha mente nada mais habita
Se não o seu sorriso e seus braços abertos para me abraçar
É como se eu tivesse me perdido sem você aqui do lado
Parece tudo tão distante
E eu posso ver você correr
Vindo em minha direção
Mas parece nunca chegar
Estou alucinando, já enlouqueci com esse amor
E às vezes eu quero que aja uma resposta
E às vezes eu não quero que tenha sentido
Eu sinto o seu perfume e as recordações me rasgam os olhos
Cada lagrima é um peso
Cada sorriso é de inconformismo
Porque até ontem “eu” era “nós”
Vão dizer que estou indo longe demais
Mas o mar me chama para o fundo
E tudo o que eu penso é mergulhar
A profundidade não pode ser maior que essa solidão
Quem sabe eu possa te encontrar
É como se eu soubesse tudo o que irei encontrar
La no fundo eu quero te olhar
Por isso eu quero afundar
Ter seu beijo quente novamente
E seu sorriso que me desmorona
Eu amo esses pensamentos
E beijo essas águas salgadas agora
Imaginando um momento melhor
Em breve suas mãos nas minhas
E adeus solidão.
Milene Szilagyi
2010-06-25
24 junho, 2010
Olhe Para Trás
Se tudo que dissemos for verdade
Já não haveria motivos pra esperança existir
Mas eu não penso em outras coisas
Se não estar em seus braços novamente
E no fundo eu sei que você também pensa em mim
Depois de tantos momentos
Não me deixe simplesmente partir
Eu preciso de um abraço quente
Eu não sei mais que rumo seguir
Eu não sei mais pra quem devo sorrir
Tudo seria mais fácil
Se as mentes se abrissem
Se encararmos de frente os problemas
E nos importássemos mais
Eu não vou deixar que futilidades nos atinjam
Eu não posso simplesmente dar as costas
Eu não quero mais errar
Nós precisamos seguir juntos
Vamos até o final
Só olhe pra trás uma vez
E veja em meus olhos o que você quer acreditar
Eu consigo sentir daqui
O seu calor e suas lagrimas frias
E nisso eu me baseio pra afirmar
Nossos passos têm que seguir a mesma estrada
Então olhe para trás só dessa vez
E me leve com você.
Milene Szilagyi
2010-06-24
Faça Valer
Há dores que sao desnecessarias
Há tedios que vem sem perceber
Quando vc volta no tempo e tenta refazer na mente
Algo bom ou nao, lembrar ou nao...
Só quero dessa vez poder nao sofrer
Poder nao te ver distante
Quero poder nao te entristecer
Nao te ver assim tao longe
Pensando em mim...
Nao pense em mim
Diga que nao viu nada
Ou que nao sabe sobre mim
Nem quer saber...
Nao corra atras de mim
Nao me faça te prender
Só nao podemos voltar atras
Só nao podemos pensar demais
E querer se arriscar
E querer conquistar mais
E consequencias vem...
Demorem ou nao
Sejam boas ou nao
Só que faça valher...
Faça acontecer.
Milene Szilagyi
08/06/2008
Quando as Coisas Mudam
Quando as Coisas Mudam*
Nao sei o que anda se passando pela sua cabeça.
Coisas simples tem se tornado furacoes.
Sinto dizer que as vezes isso parece uma fuga.
Uma desculpa para estar longe de mim.
Tantas falhas dele que eu finjo nao enxergar.
Porque sei que sou capaz de suportar.
Pra que dores que podem ser esquecidas.
Pra que feridas que podem se fechar.
Quando o conheci era mais forte que eu.
Hoje sinto que sou mais forte que ele.
Eu nao consigo olhar pra frente e me imaginar sozinha.
Nem olhar pra tras e nao o ver.
Porque os meus passos seguem sua sombra.
Mas agora voce prefere se afastar a sofrer.
Quem eu vou amar daqui pra frente?
Se voce nao estiver comigo?
Em quem eu vou pensar o dia todo?
Pra quem vou enviar mensagens lindas de amor?
Com quem me sentirei protegida?
Ele é meu anjo e eu nao posso desistir.
Minhas lagrimas escorrem nesse momento
Porque eu nao consigo pensar em um fim.
Eu lutei pra nada?
Toda fé e confiança que ele plantou em meu coraçao.
Floriu pra morrer agora?
Nao quero que nossos momentos sejam jogados ao vento.
Como se nao tivessem sido vivenciados.
Eu quero evoluir, quero seguir até o fim.
O que esta o desanimando nao sou eu.
Tem algo errado, e nao sou eu.
Hoje sou muito melhor do que antes.
E como é que ele pode dizer tudo que diz?
Creio que o seu sentimento tenha mudado.
Pois seus argumentos nao batem com o sentimento que diz ter por mim.
Vale a pena sofrer pra ser feliz.
Ele me ensinou isso.
E espero que nao desista de nós.
Milene Szilagyi
02/09/2010
Ruas Estreitas
Entre tantos desastres e confusoes as interpretações são como labirintos que arranham o coração.
Nas esquinas nao ha sequer um poste para que voce se apoie, no fundo é cada um por si e os erros por todos.
As ruas sao estreitas e as paredes parecem te arranhar, mas ha quem ja nao tenha sangue para sangrar.
As ruas sao estreitas mas um dia sozinho voce encontra um campo aberto e vera que era melhor viver na dor acompanhado.
Milene Szilagyi
23/06/2009
Sangrando
Estou sangrando por dentro
sangrar faz a vida ser mais clara
Faz olharmos pra dentro
E vermos o quanto somos imperfeitos
Para so outros e para nós mesmos
E faz parecer que nao nos esforçamos
Para ser alguem melhor
Ou fazer algo mais util
Porque na verdade ninguem nos aceita
E ninguem nunca entende ninguem
Pois sempre ficam as duvidas
E cada um tem seus segredos
Cada um tem seu ego
E suas dadivas
Cada um tem seu "eu solidario"
Mas nao se esquecendo de si
Milene Szilagyi
26/02/2009
02 setembro, 2009
Entendimento
Cada um diz o que pensa
O que sente
O que quer
O que tem medo
Muitas vezes sai de dentro
Em momentos inoportunos
Nem sempre é preciso saber
Nem sempre é preciso dizer
Há tantas coisas que nao precisam ser ditas
E tantas dores que podem ser evitadas
Tantas palavras mal ditas
Acaba acabando com a alma
Tantos amores e dores
Tantas idas, tantas vindas
Tantos carinhos com cores
Que muitas vezes nao vemos
Tantos muitos, tantos poucos
Que tanto e quanto esquecemos
Vezes falamos de mais
Vezes falamos de menos
Vezes melhor nao falar
O que esta escrito por dentro
A mesma frase pra todos
Pra cada um, um entendimento
A mesma palavra pra todos
Para alguns felicidade
Para outros um tormento
Tantas estradas vazias
Tantos corações sozinhos
Tantos gritos em silencio
Tantas mentes tao vazias
A mesma frase pra todos
Pra cada um, um entendimento
Milene Szilagyi
22-07-08
30 março, 2009
Kamili
Não quero me esconder atrás desse sentimento
Eu quero te falar e saber demonstrar
Tudo o que estou sentindo
Não quero me enganar, não quero me frustrar
Dizendo que não te quero
Um dia eu vou provar, você vai acreditar
Que esse amor será eterno
Eu já não quero que nós dois olhemos para o passado
Daqui pra frente é nós, e é com essa voz
Que eu afirmo o que eu sinto aqui
Se eu dia eu puder voltar atrás pra mudar o meu passado
Faria tudo igual, passando o bem e o mal
Que passei pra que estivesse aqui
Sofria o que sofri. Sorria o que sorri
Pra poder ter a certeza
De que estaria aqui, num momento tão exato
Vivia o que vivi, passava o que passei
Pra que fosse inevitável
Se um dia fosse pra escolher o que tivesse que viver
Um dia com você
Ou uma eternidade sem te conhecer
Não precisa pensar
Não da pra cogitar
Escolher a vida eterna
Pois aqui sem você
É como não viver
A vida não me bastaria
Quero sempre aprender
Estando com você
Quero sempre saber
Fazer você sorrir
E não te ver partir, e a não regredir
Pois graças a você é que estou aqui
Sabendo ser feliz, aprendendo a sorrir
Por fora e por dentro também
"Confesso que eu andei perdida
Reduzida a pó, sem chão pra cair
Das flores que eu olhei
Você é a mais perfeita que eu já vi."
11/2008
Mili Szilagyi
21 outubro, 2008
Terminê
Essa dor de me sentir como uma marionete em tuas mãos
Me faz ser menos eu
Me faz sentir o que eu não sei compreender
Tudo parece sólido
Ao mesmo tempo que a perda me amedronta
O medo é este...
A perda.
Tudo como em um filme
Em câmera lenta
Eu vejo os teus pés, vejo tuas mãos nas minhas
Eu vejo os teus olhos penetrarem minha alma
E vejo o sol nos queimando
Estamos agindo certo?
O que é certo?
A minha alma, a sua presença
Parece se fundirem
Eu não posso me enganar
Eu preciso de um pouco mais de ar e de sangue nas veias
Os teus olhos nos meus
Penetram no meu intimo
Eu quero viver com o seu ar
Respirar o teu perfume e sentir as tuas veias pulsarem
Eu quero ser você e eu num corpo só
Esse ar que me sufoca ao invés de me fazer respirar
Essa dor que me consome
Ao invés de me deixar
Eu quero viver como num filme
Em câmera lenta...
Pois eu posso te ter mais, e posso contemplar tudo
Sem deixar nada passar
Tudo me parece estar tão perto
Tudo me parece nunca terminar
E a única coisa que eu quero
É que isso nunca terminê.
Milene Szilagyi
19/10/2008
17 setembro, 2008
Meu Eu Sagrado
Meu Eu Sagrado*
Sou assim, sou assim
Como uma nuvem passageira
Impaciente por sumir no céu
Livrar-se dos olhares
Que condenam todo tempo
Trazendo a melancolia aqui dentro
Assim tão fria, assim tão mórbida
Assim tão sem emoções
Eu não sei, eu não sei
Preciso de um tempo pra viver
Sem perceber as pedras que me vem
Para eu tropeçar
Ou passar por cima sem notar
Eu quero uma visão que vai alem
Não quero chorar, não quero lucrar
E nem quero que padeça em mim
Todo aquele sentimento que se foi
Não quero os rastros
Nem ver passos
Que já não fazem parte
Não quero ver o céu se fechar
Não vou me prender
Preciso viver
Preciso olhar pra cima
E saber voltar a mim
Eu quero ficar
Não vou chorar mais
Nem me vingar
Vou voltar, vou voltar
E procurar em mim o que eu não sei
Explicar, me expressar
A solução que ainda não achei
Mas vou seguir
Entrar dentro de mim
E me conhecer.
Milene Szilagyi
17/09/2008
10 maio, 2008
Dama Negra
Dama Negra*
Silenciosa e mansa
Ela passa e as flores murcham
Ela aspira e o ar chora
Seu ar é misterioso
Seu humor sarcástico
Ela é falsa, é traiçoeira
Ela é viúva negra
Imprevisível
Solitária
Olhar obscuro
Toque pesado
Voz que atrai trovões
Boca de veludo negro
Palavras falsas e mórbidas
Ela parte corações
Destrói sentimentos
Egoísta e insatisfeita
Sede de ódio constante
Desejo insaciável de ver lágrimas
Ela é terror
Ela é medo
Sombra, nuvem, chuva
Desespero
22 abril, 2008
Sem Porque
Que eu nem queria amar
Porque com esse amor
Vem a saudade
Vem a dor te esperar
E vem a ansiedade
De ter você ao lado
Pra sorrir ou pra chorar
Eu te amo tanto
Que eu queria até negar
Que com esse amor
Vem as lágrimas
Que me fazem te esperar
Que faz-me lhe contemplar
Implorar ao tempo um instante
Para contigo sonhar
Eu te amo tanto
Que eu nem queria saber
Se é amor... ou se é querer
Porque amor não se pede
Não se escolhe, não se julga
Não se impede...
E contra ele não se luta
Eu te amo tanto
Que eu queria esquecer
Que pra viver sem você
Teria que me apagar
Teria que renascer
Porque nem enquanto durmo
Eu me esqueço de você
Porque se eu vivo hoje
É pra querer te querer
Eu te amo tanto
Que até me nego a negar
Que com toda essa saudade
Vem também felicidade
De que eu posso te encontrar
E com a ansiedade
Vem toda convicção
De saber que nada é vão
E poder te abraçar
É como poder voar...
É sonho
Eu te amo tanto
Que eu nem queria dizer
Porque é tanto quanto falo
Tanto quanto penso
Tanto quanto canto
Que eu te amo sem cessar
E é muito...
Tão muito em si mesmo
Que as vezes não sei se irei agüentar
Eu te amo tanto
Que eu nem queria amar
Porque no fundo se sabe
Que amor não tem muito ou pouco
Nem menos ou mais
Nem tanto, nem quanto
Não tem limite e nem medida
Não tem hora
Não tem tempo
O que me faz te amar tanto
Muito, mais e maior
É saber que esse “que” é indescritível
E é saber que eu só te amo
Porque sem porque é melhor
Quando meus olhos se fecharam
Quando meus olhos se fecharam*
Vejo uma luz cegar-me a alma
Volumosa e carregada
Faz-me prostrar diante de ti
Tamanha é a força que me conduz
É o fogo...
Que com traços incertos
Devora o céu e os rios
Não existe sol
Não há luar nem brisa no ar
Não há arvores ou cachoeiras
Vejo nuvens negras me cercarem
E a neblina mórbida conduzir-me
Vejo as chamas adiante
Montanhas que escorrem lavas
Sinto o fogo arrancando-me a pele
Sinto a lava corroer os pés
O céu negro parece estar a um palmo acima de mim
Não há vida, não há luz
Não há doces ou remédios
Meu coração chora
Faz frio agora
O vento muda-me os passos
Vejo um infinito deserto gelado
Meus lábios tremem
O vento fortemente sopra
Cegando-me os olhos
Sinto a neve cobrir-me de desespero
O frio rasga-me a carne
Destruindo os ossos
Sinto congelar os pulmões
O ar frio sufoca-me a respiração
Não há coração batendo
Não há sentimento
E meus olhos não voltam a abrir
Milene Szilagyi
Rios de Dores
Rios de Dores*
A luz lá atrás
As trevas aos meus pés
Tudo se calou
E eu pude ouvir
A voz da noite
Mansa e nua
E eu pude caminhar
Por entre os rios de dores
Sentir as espinhas rasgar-me
Tudo tão só e tão devastador
Não há rastros de misericórdia
Milene Szilagyi
2008-02-17
11 fevereiro, 2008
Toma-me
Toma-me*
Toma-me a mim como vinho na taça
Indagando-me o perfume
Degustando-me o suor
Roçando-me os lábios em fervor
As mãos em chamas tocar-me
Aquecendo-me em prazer
Ofuscando a razão
Fazendo-me enlouquecer
Despindo-me contra o vento
Da noite clárida pávida
Calando-me a boca e a alma
Ofegante hei de tremer
Nossos corpos ante a lua
Entrelaçam-se vorazes
Voluptuosos
Gemendo em meio a luxuria
Que se perde em insensatez
Revela-se a mim
Misterioso e fugaz
Indesvendável, indispensável
Neutro... como a noite,
A escuridão e a solidão
Que congela interiormente
Porém quanto mais me atrais
Tanto mais me invade
Aquecendo-me o peito
Arrancando-me suspiros
Que aparentemente ocultos
Se põe como um brado de dor
Que a alma prende
Perplexando-me, limitando-me a gritar
Render-me-ei ao inexorável e implacável desejo de te roubar
Pois a quem vou enganar?
Se meus lábios clamam os teus
E na sombra de teus braços
Anseio que prenda-me sem hesitar
Mas como vinho na taça
Que se prova lentamente
A mim deveras tomar.
Milene Szilagyi
20 dezembro, 2007
Mais Além
Mais Além*
Por você eu vou mais além...
Mais além do que a vida me permitiria
Mas além do que os meus olhos podem ver
Mais além do que brigas e entrigas
Mais além do que os normais conseguem ter
Sem você tudo o mais se perderia
Nada no mundo me satisfaria
Tudo se faria incerto
A vida não me bastaria
Como perder os sentidos
A um poço escuro eu me entregaria
Por você eu vou além do que se vê
Além do insensato e simples ato de se prender
Além do finito
Além do possivel
Além de tudo o que me afastaria de você
Como perder as razões, os motivos e emoções
Sem você eu sou só pó
Só entro
Sem
Querer ou poder respirar
Mas por você eu vou além
Até do que eu posso sonhar
Milene Szilagyi
2007-12-19
29 outubro, 2007
Com Você
Com Você*
Eu ouço a chuva cair
E me vem uma tristeza
Como se eu não tivesse você
E sim... eu tenho medo
Medo de te perder
Quando esta tudo tão bem
Agente fica meio inseguro
E tentando fazer tudo certo
Tentando impressionar... e cativar
Tentando ser a pessoa perfeita
Só pra ouvir que você nunca me deixara
A chuva me deixa triste...
Mas não se estou com você
Pois ao seu lado tudo desaparece
Tudo que é ruim fica bom
Tudo o que é bom fica ótimo
A noite me cala...
Ela me congela por dentro
Mas não se estou com você
Pois com o seu sorriso você me faz sorrir
Com o seu amor você me faz viver
Meu coração eu confiei a você
Pois ao seu lado eu tenho
Tudo o que eu queria ter
Eu te amo por destino
Eu te amo por prazer
Eu te amo por não ter pra onde correr
Eu te amo a vida inteira
Hoje e sempre sem porque.
Milene Szilagyi
2007-10-21
11 setembro, 2007
Ela
Ela é o essencial, ela é o meu ideal
Importância especial
Ela é do bem, é do mal
Ela é persistente, ela é tal
Incomparável, insaciável
Ela é fenomenal
Incrivelmente incrível
Inacreditavelmente admirável
Loucamente amável
Ela é bela, ela é ela
Ela não é pouco, é mais que muito
Ela é fada, ela é tudo
Jóia rara, não é qualquer
Ela é menina, ela é mulher
Ela não da pra esquecer
Pois ela é pé no chão
Ela faz acontecer
Ela é exceção, é relíquia em extinção
Exageradamente estonteante
É ladra de coração
Cativante, exuberante
Ela é única, é razão
Ela é musica, é refrão
Inesquecível, inatingível
Ela é pura emoção
Ela é amor, é paixão
Ela é a flor mais linda
A estrela que mais brilha
Ela é linda, é contramão
Não é fora de questão, fora de cogitação
Ela é única opção
Ela é divina, ela é anjo
É querubim, é arcanjo
Ela é só o que eu preciso
Ela é tudo o que eu desejo
Ela é meu paraíso
E dela são os meus beijos
Ela é a quem eu chamo
Pois ela é isso, ela é sonho
Ela é simplesmente o tudo
Da mulher que hoje eu amo
2007-09-02
31 agosto, 2007
Morte Doce
Morte Doce*
Eu sou o poeta imperfeito
Que hora se abre pra um mundo suspeito
E hora se esconde por de trás de sentimentos
Sou a doçura que amarga
O sol que se apaga
O céu que se alcança
E o finito interminável
Sentimentos como borboletas
Duram 24 horas
E uma hora para mim passa em um minuto...
Mas sinto que meus olhos não abrem mais
E o tempo parou
E o vento já não corre
Busco respostas que sei que não virão
E ainda espero por quem nunca chegara
Talvez só me falte buscar
Uma nova razão pra sonhar
Quando um sorriso é um fardo
E um abraço é um pecado
Nada muda e tudo para
Nem a ilusão de um oásis me conforta
Nem o brilho de um olhar...
Vingança doce é ilusão...
[]
Eu só queria fugir
Ir para um lugar onde ninguém soubesse
O que é ódio, injustiça
Onde ninguém soubesse o que é cor
Estresse e solidão
Um lugar onde a morte fosse doce
E a dor um prazer
As lagrimas um sorriso
E a solidão extinção
Milene Szilagyi
27 agosto, 2007
Dias
Dias*
Há dias que... se quer chorar
Há aqueles em que se quer viver
Outros que se quer morrer
Há dias de angustia
De incertezas
Dias de paz
Dias de desconforto
Há dias alegres
Dias de solidão
Dias bons
Dias maus
Há dias em que se quer não querer
Há dias em que o querer não se quer
Há dias em que amanhã não se pensa
Há amanhãs em que o ontem não existiu
Dias em que se chora
Dias em que se ri
Dias de ontem e agora
São dias que penso em ti.
21 agosto, 2007
Pisa no Freio Zé
Pisa no freio Zé*
Deus nos fez diferente... mas somos iguais pra Ele.
Zé... porque as pessoas não respeitam umas as outras?
sabe... nós temos o direito de escolha...
Zé... pisa no freio.
Zé... você já viu aquelas crianças que morrem de fome no fim do mundo?
já viu como as lágrimas secas secam em seus rostos?
elas não têm opções Zé...
e elas morrerão de fome amanhã...
Zé... você já viu aquelas mulheres que matam seus filhos antes de nascerem?
sabe Zé... aqueles fetos também não têm muita opção não é?
mas... você sabia que eles lutam pela sua vida mesmo assim?
Pisa no freio Zé.
Zé... você esta quase morrendo...
esta falido... esta triste... esta com saudades... sente dores... e pessoas que você ama morrem...
mas você pode lutar pela sua vida não pode Zé?
Como assim não vale a pena?
O mundo é cruel?
Então pisa no freio Zé.
Zé porque você troca o necessário pelo supérfluo?
eu sei Zé...
Você tem uma sanguessuga... e ela tem duas filhas... dá e dá...
Quanto mais você tem... mais você quer Zé.
Zé você é uma marionete...
do governo ou da sociedade?
tanto faz Zé!!!
Não é isso que você sempre diz???
Tanto faz...
Tudo vai acabar bem!
Quanta ironia heim Zé.
Pisa no freio agora.
A violência?
Haaa faz parte Zé...
É legitima defesa!
Claro... defesa da própria violência ora.
Pisa no freio sim Zé.
Zé porque as prisões estão cheias?
porque você esta preso Zé?
Roubou? Matou? Destruiu?
Mas o que você ganhou Zé?
Vingança doce é ilusão...
Zé... você sempre perde a noção não é?
você não mede seus atos.
Pisa Zé... pisa.
E agora Zé?
você esta morrendo...
fez algo bom na vida?
fez alguém feliz?
deu sorrisos sinceros? abraços acolhedores?
Será que deu Zé?
Zé... você não estudou... você não batalhou... você não correu atrás... você dormiu até tarde e brincou o dia todo... e nada deu certo não é?
Zé... você lutou a vida toda... você correu atrás dos sonhos... você fez acontecer! você chorou... sofreu... guerreou! e mesmo assim se frustrou...
Porque será né Zé... eu também não entendo.
Quando você pensa que vai dar certo... tudo desmorona na sua cabeça Zé.
Mas é preciso acreditar um pouco Zé...
que algo pode mudar...
que uma idéia pode dar certo...
é preciso acreditar Zé.
Pisa no freio.
E a desigualdade social?
Porque? Porque Zé?
Você não sabe coordenar?
não sabe administrar?
é difícil não é Zé?
Você acha isso pouco?
não é tão injusto assim?
Cala a boca Zé Mané.
Pra que tanta ignorância?
Pra que tanta arrogância Zé?
Pra que tanto mau-humor?
Porque você não sorri de verdade Zé?
por dentro... e por fora.
Há tantos morrendo de frio...
e você chora por não ter roupa nova...
Pisa no freio.
Você não se satisfaz...
Você não corre atrás.
Você não insiste Zé...
você não persiste...
você desiste.
Estão todos estressados...
e porque Zé?
porque nada parece dar certo talvez...
ou porque alguém partiu...
ou porque alguém te desobedeceu...
Porque não admite os erros Zé?
Caia e se levante!
Assimile os golpes!
Qual é o conceito Zé? Qual é o conceito?!
Porque és tão infeliz seu Zé?
Você finge sorrir...
às vezes finge chorar...
finge sentir...
finge se abalar...
finge que viu...
ou que não vê.
finge estar bem...
Pisa no freio Zé.
O Zé chora.
Nada vai bem...
É... o mundo é cruel eu sei...
Você é cruel Zé... eu sou cruel... eu sou Zé.
Zé... o mundo esta acabando
pisa no freio.
2007-08-21
A Mente Mente
A Mente Mente*
Eu não sei dizer
Se o momento é oportuno ou não
Não sei dizer
Se é uma escolha... ou não
Nem se é minha vontade ou não
Mas sei que existe um bloqueio
Que não me deixa dizer
O que o meu coração sente
Existe algo que não me deixa expressar
Que me confunde
Que me tortura
Que me prende...
Me torna escrava interiormente
Me venda
Me amarra
Me cega
Me toma
Me algema
Quase impede que eu te ama
Mas o amor não tem hora
Não vai embora
O amor não tem preço
Não tem jeito
Não tem meio... não tem fim...
Não é quase
Não é pouco
Não é muito
É simplesmente... amor
Ainda que eu não saiba dizer
Ainda que meu coração se feche
Ainda que as palavras fujam
E a mente minta...
Os meus valores...
Eles não mudam
Não se disfarçam
Ainda que eu me oprima
Ainda que eu me isole
Ainda que minta, que finja
Que chore
Meu sorriso esta aqui...
Meu coração dói
Ele chora...
Ele inveja
Ele sangra
Oprimido e insatisfeito
Ele se esconde
Ele chuta sentimentos
Ignora-os
Ou ao menos tenta
Ele tenta... não consegue
Ele quer... não pode
Ele sente... não confessa
Ele sofre... mas não morre.
Milene Szilagyi
2007-08-07
20 julho, 2007
Coração Camuflado
Coração Camuflado*
Apenas não exponho meus medos
Apenas escondo anseios
Limito sentimentos
Privo palavras
Exposição ao mínimo
Coração dilacerado
Escondido, camuflado
Coberto de sangue pisado
Jogado no canto... largado
Lagrimas secas
Sorriso forçado
Olhar... mudo.
Alma... cansada.
Mente... confusa.
Coração... exposto ao nada.
Perdas antigas
Lembranças recentes
Expressões... vazias.
Esforço falido
Juízo perdido
Coração fechado
Escondido, camuflado
O meu amor é mórbido
A minha luz ofuscada
Coração alienado
Já não enxerga mais nada
Desvalia valorosa
Ser a mulher virtuosa
Suspiro cansado da alma
Desejo latejado
Orgulho difamado
Sentimento melindrado
Coração... malfadado, camuflado
Índole denoscabada...
Sepulcro caiado...
O doce amargo
A cor do pecado
Injuria, luxuria, paixão proeminente
Sentimento machucado
Coração mal-dado
Acaba por ser camuflado.
*Milene Szilagyi*
2007-07-19
08 abril, 2007
Arquitetando Sonhos
Produzo minhas idéias
Viajo ao pensar
Andando na rua
Deitado no mar
Na linha do horizonte
Eu ouso avistar
O cair do luar
O perfume no ar
Arquiteto o sonhar
Limitando falar
Faço tudo perfeito
Alegrias e sorrisos
Valores bons e dramáticos
Exageros e ilusões
Lagrimas, falsas promessas
Personagens platônicos
Características improváveis
Arquiteto o andar, as roupas, o olhar...
O saber, compreender, explicar
Sujeitos a arriscar
Ter medo, mas não chorar
Arquiteto os sentimentos
Reais ou não, tanto faz
Idealizo lugares momentos, musicas
Tempo; vento, chuva, sol, flores
Desejos ocultos libertam-se
Para mim mesma
Por si só em pensamentos
Sentimentos não sentidos
Argumentos algemados
Silencio escuto
Arquitetando sonhos.
Milene Szilagyi*
26/03/2007
Detalhe
Eu quero caminhar nos teus passos
Respirar teu perfume
E sentir teu abraço
E matar o costume
De dizer todo dia
“oi, como vai você?”
E sempre me diz que esta tudo bem
E eu digo “eu também”
Mas nas noites mais frias
Me sinto sozinha
Apesar de gostar do inverno...
Eu preciso de um beijo
Saciar meu desejo
De estar ao seu lado...
Nas noites mais frias
Na sala vazia
Nos dias de estrelas
E dias de neblina
Ver o sol se por
Ver o sol nascer
Sentar numa praia, ouvir o mar dizer
O dia esta lindo
Você é meu abrigo
Te quero ao meu lado até o amanhecer
Eu preciso lhe dizer
Que você que é meu prazer
E te conhecer ressuscitou minhas esperanças
Deu vida ao meu coração
Cheio de decepção e de falsa ilusão
Mas uma nova canção
Expressa minha emoção
Como eu gosto das estrelas
E você é a que mais brilha
Como uma cachoeira
Leva embora a tristeza
Toda angustia, toda dor
Só enxergo sua beleza
Teu sorriso encantador
Os teus toques de amor
Teu sorriso que me acalma
Seu ar quente junto ao meu
E me faz respirar pequenas coisas
Mas que mudam meu caminho
E me levam pra perto de você
Me arrancando um sorriso
E me fazendo dizer:
Só preciso de você
E dos detalhes que fazem minh’alma sorrir...
***Mili Szilagyi***
19/03/2007
15 março, 2007
Misterioso Anoitecer
Sou só mais um pássaro
Andando por entre ruas geladas
Sem neve, mas com tanta neblina
Que chega cegar-me a alma
Ao respirar estas noites tão frias
Sinto-me incapaz de sorrir sozinha...
E o vento... é tão melancólico e vazio
Tão solitário e mórbido
E nos faz recordar lagrimas
E... espaços de tempos mínimos
Em que... choramos e rimos
A noite... seu mistério indisvendavel
Indispensável... neutro...
Transmite paz...e... solidão
A noite me liberta
O vento frio, renova a minha alma sem vida
E ao mesmo tempo, repleta de palavras
Que embora presas, saltam de minha mente
Mesmo sem a pronuncia correta
O vento vive a me corrigir
E diz que é preciso respirar
Por mais que se cansem os pulmões
O mistério da noite
Me cala, e me gela interiormente
Arrancando-me verdades e suspiros
Segredos e... poesias
Porem, são apenas palavras sinceras
Descarregando uma mente exausta
De decepções e falsas dramaturgias
Onde... só o vento com seu enigmático silencio
É capaz de desvendar e recordar
Valores bons e... ‘supérfluos necessários’
A solidão da noite
Faz a minha alma chorar
Faz meu coração bater
Faz o dia ser mais claro
A noite mais fria
Faz eu não ter que dizer
Mesmas coisas todo o dia
E ver graça nas folhas que caem
Na água que espelha o céu negro
No prazer que é... sentir, e não ver
Sentir... vai alem...
=Milene Szilagyi=
03/03/2007